segunda-feira, 24 de maio de 2010

Abrigo #1

Após a elaboração dos objetos interativos, cuja demanda foi desenvolver peças que tivessem grande potencial virtual e interativo com o uso de materiais simples, circuitos, sensores e atuadores, partimos para uma nova etapa mais complexa, de desenvolvimento de uma intervenção urbana a partir do conceito de abrigo. As premissas são as mesmas do exercício anterior, explorar o potencial virtual do abrigo, com o reaproveitamento de materiais novos, sucateados ou reciclados de forma criativa na construção da peça, elaborando um sistema interativo com circuitos mais elaborados com o auxílio de um novo aparato, o arduino.

Arduino é uma placa microcontroladora (um microcomputador), um pequeno cérebro que funciona de maneira quase independente, capaz de potencializar e expandir a capacidade responsiva de sensores e atuadores através de programação.

Suas propriedades tem sido explorado por artistas, arquitetos e designers em instalações e projetos interativos. Desta maneira, deveremos ser capazes explorar esta ferramenta de maneira criativa, criando um objeto que seja capaz de expandir a possibilidade de relação das pessoas com o espaço. O trabalho está sendo desenvolvido com a parceria de Fernanda Kopittke e Cíntia Braga, e estamos na etapa de elaboração conceitual com geração de alternativas, que serão expostas e discutidas em nossos blogs.

Segundo demandado pelso professores da AIA, o abrigo deve contemplar: a bertura para a interação com a cidade; abertura para a interação entre os visitantes; a intangibilidade e a virtualidade do espaço; os sentidos de forma positiva, ampliando-os (evitar a privação indiscriminada); formas, materialidade. E num primeiro momento partimos para investigação da ideia do abrigo, sem predefinir qualquer aplicação. Fizemos um brainstorming de ideias e chegamos a alguns exemplos inspiradores como O Preconceito Isola, a Gaiola de Faraday (blindagem eletrostática), o The Parasite Project e a Serpentine Galery. A seguir seguem as primeiras sujestões para o abrigo que foram discutidas em sala de aula.

Abrigo para a Visão
Nossa ideia inicial foi criar um "abrigo contra os dogmas da visão", que pudesse dar às pessoas uma percepção diferente do local onde o abrigo fosse instalado, alterando a condição formal das cores, proporções do ambiente, sentidos e direção . Trata-se de uma estrutura como mostra a figura, cuja parte posterior seria coberta e a parte anterior ficaria totalmente livre. No interior da parte coberta teríamos projeções de imagens do lado de fora (que seriam captadas por uma câmera). A ideia é que exista um ambiente que mostra aquilo que é real (a visão que a pessoa tem do local) e um ambiente que mostre o que é virtual (a visão através das projeções).


Abrigo Contra o Abrigo

Trabalhamos uma ideia de inversão: Seria, aparentemente, um abrigo bem característico do senso comum, mas ao entrar no espaço, a sensação seria oposta àquela que se te quando se está abrigado. Ao entrar no abrigo, a pessoa se sentirá vulnerável, desprotegida. Seria um espaço bem fechado, lembrando uma "moradia" de um andarilho. No interior haveria um sensor de presença que acionaria o som de alguém (ou algo) despencando de um abismo, e no chão do espaço teríamos a imagem de um abismo (projetada ou foto mesmo).

Abrigo da Percepção

A ideia é fazer com que as pessoas tenham a sensação daquilo que é externo estando "dentro do próprio corpo". Não definimos exatamente como seria o formato ou os materiais utilizados no espaço, mas a sensação proposta seria trabalhada através do som: Haveria sons do corpo humano (batimentos cardíacos, respiração forte, etc) numa intensidade maior, e, ao fundo, numa intensidade menor, os sons da cidade.

Abrigo para a Modificação da Visão

A ideia é alterar a maneira como enxergamos o que está ao nosso redor, possibilitando assim "novas visões" do espaço urbano. Trabalharíamos um local com o uso de materiais como plástico, grade, pano ou materiais transparentes que possam alterar a nossa visão do espaço.
A estrutura pensanda sao diversas paredes de materais diferente que se movimentassem sobre trilhos. Ao movê-las, circuitos que estariam nos trilhos seriam acionados. Porém não foram elaborados ainda.


Abrigo para a Publicidade

Essa idéia surgiu no hall de entrada da EA em meio aos vários panfletos expostos sobre uma bancada. Seu fundamento é, além de despertar nas pessoas a noção da quantidade de panfletos que são distribuidos diariamente e do lugar onde esses panfletos vão parar, oferecer um "abrigo" para as pessoas que estão cansadas de receber (ou entregar) tantos panfletos.
Seriam várias placas, com panfletos colados, sem forma definida. E todos os dias uma placa nova apareceria.


Abrigo da Pausa

Seria uma espécie de corredor onde as pessoas passem por dentro dele e vejam imagens de lugares que fogem do dia-a-dia ou nao. Cada imagem teria um circuito. Exemplo (imagem): quando a pessoa colocar as maos no local indicado, fecharia o circuito que ligaria algumas ventuinhas que soprariam no rosto da pessoa (grande problema disso é o fato das pessoas serem de tamanhos diferentes) dando a sensação de brisa do mar.



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